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quarta-feira, novembro 18, 2009

Dizem que os três pilares necessários para a existência da paixão são os seguintes: admiração, esperança e um pouco de insegurança.

Dirigir a palavra a alguém que já fora o instrumento do seu afeto num ambiente de trabalho e essa pessoa te olhar nos olhos e virar o rosto como se fingisse que você não existisse, sequer respeitando a presença de uma autoridade à frente de vocês, fez-me agradecer a Deus por me dar um sinal para seguir em frente conforme eu havia pedido. Findaram-se a admiração, a esperança e a insegurança de ter feito a escolha errada.

Educação, pessoas. O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. (Kant)

E no final, eu amei o que eu amaria, não o que foi ou o que é..

segunda-feira, novembro 16, 2009

“Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.


Eles pensavam que, porque queriam, era possível. Defeitos, todos os têm, não é mesmo? Diferenças podem acrescentar, não podem? Então, tentaram. No início, tudo era motivo de sorriso. E daí se ele gostava de forró e ela de Pink Floyd? “Pinky do cérebro?” “Haha, não, não, um dia eu te mostro.” “Escuta aqui a letra dessa música, que coisa poética.” “Poesia!? Bob Dylan teve uma crise epiléptica por transmissão de pósitrons agora! No dia que isso for poesia, meu caderno de caligrafia da 1ª série vai bater o Aurélio como exemplo de gramática da língua portuguesa!”

“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar era fácil.”

E o tempo passou. E o tempo destrói tudo. Bastava querer, não é mesmo? A + B = C.

“Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.”

Tentaram adaptar-se, tudo em vão. Desacertos. Desentendimentos. Sorrisos estáticos enquanto os olhos estavam úmidos. É fácil trocar as palavras, difícil é interpretar os silêncios! - F. Pessoa bem dizia.

E tudo tornou-se cobrança. Uma desatenção era motivo de rancor. O eterno pisar em ovos. Se ela falasse, perderia-o? Mas, por não falar, ela se perderia e, por ela se perder, ela o perderia, também.

“Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.”
Clarice Lispector - Por não estarem distraídos.


E o fim, já previsto. E a mágoa, já esperada.
E agora?

"eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou."

domingo, outubro 25, 2009

Demônios internos

Analisando os arquivos antigos desse blog, senti vergonha do que escrevi em vários momentos. Sabem, eu já tive um gênio bem difícil. Não falo que ele tornou-se fácil (certas coisas levam tempo), mas aprendi muita coisa nessa vida. Uma delas diz respeito às ações em resposta à ignorância de outras pessoas. Já fui de argumentar, discutir, alterar-me, enfim, entrar na briga pra vencer na porrada mesmo. O tempo, contudo, ensinou-me o seguinte: não vale a pena perder a razão. NUNCA. Ao agirmos por impulso, tendemos a nos igualar com aquele que nos feriu e isso gera uma reação em cadeia, porque outras pessoas que não tinham a menor participação na história terminam sendo feridas, também. Eis um texto bem interessantes sobre esse assunto:

Um velho avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça:

- Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que magoaram tanto e que não demonstraram qualquer arrependimento ao que me fizeram. Todavia, o ódio lhe corrói, mas não fere o seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos..
E ele continuou: - É como se existissem dois lobos dentro de nós.Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta. Mas o outro lobo, ah! Esse é cheio de raiva. Mesmo as pequenas coisas o lançam num ataque de ira. Ele briga com todos o tempo todo e sem qualquer motivo! Ele não consegue raciocinar, porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. E é uma raiva inútil, pois ela não irá mudar nada do que aconteceu..Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de nós, pois ambos tentam dominar nosso espírito.

O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou:
- E qual deles vence, vovô?

O avô sorriu e respondeu baixinho:
- Aquele que eu alimento mais freqüentemente.

"E no final, o amor que você recebe equivale ao amor que você dá."

segunda-feira, outubro 12, 2009

Plagiando descaradamente uma idéia de Sacoleiro, o Infame

COISAS QUE ME ASSUSTAM NA CALADA DA NOITE PRETA



O twitter do Serguei. http://twitter.com/sergueirock





Quem, eu?!!?!


Sintam só as pérolas:

"Acabei de tomar um banho de mar com minha sunga de crochê branca e percebi que minha sensualidade continua atraindo olhares."

"Existe sex shop que vende árvore inflável? As noites tão frias demais para que eu possa fazer um carinho no meu cajueiro."

"Uma joaninha acabou de pousar no meu braço, me deixando todo arrepiado. Tô sensível hj. A noite será rock and roll!!!"

"Sonhei ontem com meu gato Grilo. Ele não estava mais grilado e só miava I LOVE YOU pra mim. Volta Grilo, PLEASE!"

"Ontem fiquei DOWN. Fui aplaudir o sol e acabei matando um besouro que resolveu voar entre as minhas mãos. RIP beetle!"

"Hj é o dia sem carro? Amo bicicletas. Pedalando, exercito o físico. E a sexualidade tb, dependendo do tipo de banco."

sábado, outubro 03, 2009

sexta-feira, setembro 25, 2009

No consultório médico

- Que linda a cor do seu cabelo, são mechas californianas?
- Mecha de quem?
- Californiana, aquela que é só nas pontas.
- Não, não, isso é falta de tempo e de dinheiro pra consertar o cabelo em salão especializado.




A moda anda tão democrática que até quem não faz esforço pra estar nela está sendo copiado, cambada.

Enquanto isso, poeminha vagabundo escrito num muro de Fortaleza:
"Tanta coisa pra te dizer, tanta coisa pra te falar/ E, apesar de todo esse tempo/ é tão difícil disfarçar que eu nunca deixei de te amar."

Huar.
(Pensamentos de bobinhos apaixonados da 4ªsérie ainda me comovem.)

domingo, setembro 13, 2009

Nunca eu tivera querido
Dizer palavra tão louca
Bateu-me um vento na boca
E depois no teu ouvido
Levou somente a palavra
Deixou ficar o sentido

O sentido está guardado
No rosto com que te miro
Nesse perdido suspiro
Que te segue alucinado
No meu sorriso suspenso
Como um beijo malogrado

Nunca ninguém viu ninguém
Que o amor pusesse tão triste
Esta tristeza não viste
E eu sei que ela se vê bem
Só se aquele mesmo vento
Fechou teus olhos também

Cecília Meireles

"Arrependemo-nos raramente de falar pouco, e muito frequentemente de falar demais: máxima usada e trivial, que todo o mundo sabe e que ninguém pratica." Jean de La Bruyère

Creio que o problema não seja necessariamente "falar". O problema, na maioria das vezes, é "como se fala".(ou, em outros casos, "como se compreende".)

sábado, agosto 01, 2009

Maru

Não é de hoje que vocês já devem ter percebido meu interesse por felinos.
Até os dezessete anos, quando ganhei minha primeira gatinha, eu não compreendia como alguém poderia gostar de entidades peludas e causadoras de espirros que dormem, comem e nos miram com olhar de desprezo o dia todo.
Foi então que eu aprendi que certas belezas só são compreendidas por quem as vivencia. No caso, todos os gatinhos que me presentearam com sua companhia se tornaram amigos fiéis e extremamente carinhosos. Descobri que, diferentemente dos cães, os gatos só demonstram sua real personalidade àqueles que eles escolhem como donos e, uma vez que um gatinho é cativado, você se torna eternamente responsável por ele.
(mas todas as amizades - sejam elas entre quais espécies forem - não deveriam ser assim?)
Nada contra os cachorros, aliás, quem conheceu minha finada cadela Milla também sabe o quanto eu a amava. Eu diria que não há uma relação de melhor/pior entre essas duas espécies; elas são, simplesmente, diferentes. Por exemplo, eu sou alucinada por café e por chocolate. Se alguém me dissesse que eu teria de escolher entre um dos dois, quando esse alguém se distraísse eu meteria o chocolate no bolso e sairia correndo com a xícara de café. (simples, muito simples)
Mas então.
Gostaria de apresentá-los o gatinho japonês Maru.


Como vocês podem perceber, ele tem uma certa queda por caixas grandes de papelão.



E por caixinhas de papelão com propaganda de iorgute dietético também.

O dono do Maru se diverte tanto com tais registros que até site em japonês/inglês ele fez:
http://sisinmaru.blog17.fc2.com/



:::Oraessa, se eu tivesse tempo livre, filmaria as traquinagens da Sylvie e do Chá-Chá também!:::

sexta-feira, julho 24, 2009

Apresentações



::::O namoradinho carinhoso da gata gorda, o gato Chá-Chá.:::
Filosofemos

Presenteando-me com um intervalo enquanto escrevo um capítulo para um livro de Ginecologia (a propósito, se alguém puder me fornecer algum artigo científico sobre 'sangramento anormal no climátério' do ano de 2005 pra cá eu ficaria deveras feliz&contente), flaguei-me pensando no ato de estupidez que eu cometi hoje ao apagar um SPAM nos comentários e terminei apagando tambem as palavras de afeto&carinho do meu querido leitor Ubiratan, vulgo Bira, que estavam logo abaixo.

A propósito e NADAVER com o texto,'Ubiratan'é o nome de um professor de química da época do cursinho que, certa vez, presenteou-me com balas de gengibre que eu detestei mas que guardei a caixa com carinho porque ele disse que o desenho da embalagem o lembrou de um desenho que eu fizera dele há algum tempo. (e antes que vocês me perguntem, o desenho era meiguinho.)

Infelizmente, não pude salvar os comentários desse leitor, mas me diverte o fato que, depois de tanto tempo, ele vem aos comentários fazendo referência ao tempo em que eu prestava vestibular (e eu já passei da metade do tempo de faculdade) e citando um namoro que acabou há mais de três anos ( que hoje é uma bela amizade, felizmente) enquanto eu já tive outras experiências depois desse relacionamento (aliás, estou no meio de uma delas, a diferença é que eu não a exponho aqui) como se tais fatos me afetassem. É semelhante a algum coleguinha que ficou chateado com você nos tempos de jardim da infância aparecer hoje na sua vida adulta dizendo que você é "bobo" e que nunca conseguiu lhe perdoar porque, um dia, vocês trocaram uns pontapés porque vocês dois queriam o mesmo pedaço do bolo de aniversário de outro coleguinha seu.

Bira, preciso lhe informar,a vida não é um retrato: ninguém é inerte, ninguém é imutável. Eu amadureci nesses três anos, e lhe sugiro que faça o mesmo. Tanta coisa bonita e terrível aconteceu na minha vida depois dos fatos que você relembrou que hoje tais recordações me dão o conhecido 'sorriso da saudade', uma vez que eu já tirei delas o que elas tinham a me oferecer (e a gente tem de carregar consigo o que é bom, o resto é resto). Sugiro que você analise sua raiva e o seu rancor e se pergunte o porquê da necessidade de você transferi-los para mim. Desejar mal a alguém gratuitamente é a mesma coisa de tomar veneno todos os dias e esperar que outra pessoa morra envenenada, caro leitor abusadinho.

No mais, como diriam os Beatles, a vida é muito curta e não há tempo para implicâncias e brigas, meu amigo.

Vida bandida


Trabalhar em ambulatório de Fortal(nada contra os baianos, tudo contra a axé music e suas assonâncias e aliterações nauseantes)é experiência pra poucos.
Ontem, em meio a Plasils injetáveis e glicoses 50%, apareceu no ambulatório uma menina bonitinha, aparentemente de boa casta social, acompanhada de uma amiga e de um amigo.
- Pessoal, só pode entrar um acompanhante por vez.
- E você é quem?
- Estagiária de plantão, prazer.
(indicando o crachá). Sua amiga só fez uso de álcool?
- Eu bebi tudo! Tudo! O que você botar aí eu bebi!
- E cheirou também?

- (Virando-se para a amiga ao lado)Essa loira tá perguntando se eu tô fedendo?
- Não, eu estou perguntando se você cheirou cocaína ou lança-perfume.
- AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAA.. Não digo pra você.

(fiz uma aceno pro segurança)
- Não não calma, foi cachaça, muita kátia, sabes?
- Espera um pouco que eu vou indicar glicose pra você. Vomitou? Ô Chico, olha aqui a pressão dela pra mim?
- Ah, então você não sabe olhar pressão? Eu bem que achei que pela sua cara você não era médica!

- (auxiliar chegando ao meu socorro) Dra, elas normalmente são assim quando é mulher que atende..
- É, tô vendo que essa daí promete. Pressão 120 por 80? Tá ÓTIMA! Manda ela comer um chocolate e libera!

- (amiga que se aproxima com olhar de sofrimento) Dra, é que ela gastou todo o dinheiro no bloco.. Não tinha como a Sra. ajudar aqui?
- Certo, certo. Chico, me arruma uma seringa com agulha 23 e duas ampolas de glicose 50%?


E foi aí que aconteceu. A ébria maldita mordeu minha mão quando eu coloquei o acesso, quase me furando com o diacho da agulha também.
- Ah, aí é esculhambação. (aceno pra outro estagiário) Ei, você poderia assumir essa daqui pra mim?

Uns 10 minutos depois de deixar a bêbada maluca com meu amigo, volto ao local do crime para conferir se ele tinha obtido mais êxito do que eu. Quando me aproximo, deparo-me com a cena ridícula dela colocando os pés por cima dele e puxando o braço dele para o meio de suas pernas.
- Rapaz, olha a postura..
- Essa mulher tá maluca! Se eu não tentar segurá-la, ela sai chutando tudo, e quando eu seguro, ela tenta me agarrar!
- Vem cá branquinho, só um beijinho, vem..
- E eu, que levei uma mordida dela?
- EU TAMBÉM LEVEI!
- e me mostrou uma marca arredondada no pescoço.
- Olha, assim não dá. Segurança, leva essa entidade pro mais longe possível daqui. Se é sexo que ela quer, não vai ser aqui que ela vai achar.
- (meu amigo olha pros dois lado e sussurra) Assim.. Se me liberarem um tempinho..

Eu lanço O olhar. Ele chama o segurança de novo. Minutos depois, o mesmo segurança aparece carregando a menina(que continuava me xingando e continuava abrindo as pernas freneticamente pra todo homem que cruzasse seu caminho) nos braços.
- Eu fiz o que a Sra. mandou.. Mas ela arrumou briga, rasgou a roupa.. mandaram trazer de novo pra cá..
- Deusdocéu, tem algum amigo dessa criatura que possa levá-la pra casa?
- Dra., é que ela acabou o namoro e ficou triste..
- E tá acabando com minha paciência também!
(espressão de malinidade)Segurança, leva ela pro outro ambulatório, por favor? Diz que aqui tá lotado.

Quando ela finalmente foi embora, um outro auxiliar de enfermagem que estava observando a presepada toda me puxou para um canto e disse:
- Já tá aprendendo como se lida com esse tipo de paciente, né?
- E olha que hoje é só o primeiro dia de plantão..
- É.. Ela estava tendo um AVC..
- AVC? Tem certeza? AVC pode dar quadro de delírio, mas eu não vi nenhum sinal que indicasse..
- Não não, não é esse AVC. É outro tipo: Ânsia da Vagina Carente.



::::Eu me meto em cada uma.::::

sábado, julho 18, 2009

Prenez soin de vous

Mes chéries amies,

aos leitores que moram em Sampa, por favor visitem por mim a exposição da artista plástica Sophie Calle,"Prenez soin de vous"(tradução : cuide-se.), em que a artista, no maior estilo "fazer do limão uma limonada", planejou toda uma exposição a partir de um e-mail que um ex-namorado mandara para ela e cuja última frase era "cuide-se".
Para os interessados no conteúdo da carta, ei-la em francês.

Arrasada com a forma fria como o ex-namorado terminara com ela, Sophie repassou o e-mail para mais de 100 pessoas, entre elas criminalistas, amigas, atrizes, dramaturgos, palhaços, psiquiatras, filósofas, uma criança de 9 anos de idade, uma professora de gramática..

Enfim, qualquer pessoa que pudesse lhe explicar verbalmente o que só se possui percepção emocionalmente. Parabéns àqueles que conseguem definir em palavras o real o sentido da palavra 'sofrimento', n'est pas?

Nessa amostra, há vídeos dos leitores das cartas comentando seu contéudo, além de fotos ilustrando a reação das pessoas ao lê-la.

Isso me lembrou de um texto bem interessante que eu li no Victor, que dizia o seguinte:



A capacidade de esquecer é o que existe de mais precioso sobre a face da terra, sob as nossas faces. Amar é indubitavelmente mais magnânimo, mas não é tão essencial quanto o esquecimento: é ele que nos mantém vivos. O amor torna a paisagem mais bonita, mas é o bálsamo curativo do esquecimento que nos faz ter vontade de abrir os olhos para vê-la. A paixão empresta um sentido quase mítico aos dias, mas é esquecer da excruciante tristeza perante a morte dela que nos torna aptos para nos encantarmos novamente dali a pouco.

Já esqueci amores inesquecíveis e sobrevivi a paixões que, tinha convicção, me aniquilariam se terminassem. Às vezes cruzo na rua com fantasmas que já foram muito vivos na minha história e não deixo de sentir uma certa melancolia por perceber que aquele rosto um dia pleno de significado se tornou tão relevante quanto um outdoor de pasta de dente. Algumas pessoas são apagadas da memória como filmes desimportantes. Sem maldade o intenção; apenas esmaecem até desaparecer. Mas é mesmo impossível nos lembrar de todos os que passaram por nós: gente demais, espaço de menos. Da mesma forma que minha história está repleta de coadjuvantes e figurantes que, irrefletidamente, se auto-proclamavam protagonistas, eu devo ser a personagem cômica da história de alguém. Ninguém se esquiva da experiência constrangedora de bancar o bobo da corte no reino de outro.

Mas esse oco de significado não vem sem um certo pesar. É ruim notar que já não dizemos praticamente nada para quem importou tanto. Na verdade é dolorido ser olvidado: não é fácil encarar que não somos insubstituíveis e que nossa saída displicente abre uma possibilidade de entrada tão desejada por outros. Mas só nos desenroscamos e seguimos nosso rumo natural, em frente, quando eliminamos alguns seres que, caso contrário, nos prenderiam aos emaranhantes aguapés de recordações.

"Há pessoas que ficam doendo com a lembrança de outra pessoa, entra ano, sai ano, virando e revirando o caleidoscópio, olhando como caem e de dispõe as cores e os cristais do sofrimento" (Paulo Mendes Campos).

O passado deve ser mantido no lugar dele e não trazido nas costas feito mochila de viajante, lotado com os erros cometidos e alegrias jamais revividas. Para ser feliz é necessário pouca coisa além se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas. É útil também jamais perder de vista um detalhe, afixá-lo no espelho do banheiro, repetir como um mantra: absolutamente nada é pra sempre, nem sentimentos que parecem ser. Nunca mais haverá amor como aquele? Ótimo, porque o novo é tão imenso que seria um desperdício se algo se repetisse.

Todo mundo passa. E é bom que seja assim.


Bem, nós temos de aprender a rir, caso contrário, vamos nos matar de chorar.



::::Cuidem-se.::::

terça-feira, julho 14, 2009

Comentário atrasado

...mas essa morte do negão Jackson me lembrou de uma maldade que eu aprontei com um maluco da minha turma na época de cursinho.
Esse rapaz era comunista-revolucionário-alienado radical, desses que andam de boina e camisa féxion do Che Guevara comprada na C&A. Ele sempre sentava numa carteira no cantinho da sala, e nessa carteira ela escrevia as maiores utopias possíveis no estilo "a juventude dá as cartas mas os geriatras as escolhem" ou "prefiro morrer por um ideal do que fenecer perante ambições irreais" e, entre tais pérolas, ele escreveu nomes como "Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, o mártir", "Che Guevara, o valente", "Luis Inácio Lula, futuro presidente do Brasil" (MALDITO PROFETA!)e por aí vai.

Rachel de Queiroz dizia o seguinte sobre o comunismo:
Se até os 20 anos de idade você não se comoveu com o ideal comunista, você é uma criatura sem coração; se após os 20 anos você continua insistindo no comunismo, você é uma criatura sem cérebro, ou seja, você é um ABESTADO.
Bem, naquele tempo, esse rapaz tinha 21 anos.

Certo dia, o tal abestado faltou a aula e eu tive o azar de só me sobrar a carteira dele para sentar. Observando o mural marxista que nosso amigo desenhou sobre a mesa da carteira, tive a brilhante idéia de adicionar nomes como "Michael Jackson, aquele que foi black e agora é white", "Inri Christo, porque se ele é Deus, ele é", "Roberta Close, todo tempo é tempo de mudanças de sexo", "Jr da Sandy, guerrilheiro da negação", "Sarney, ABL minhas nádegas" e outras contribuições as quais não me recordo no momento.
No dia seguinte, ao chegar na sala e constatar tais adições ao seu mural, o menino-rebelde pirou, ocorrendo até tapa entre ele e um playboy capitalista que vivia criticando publicamente a ideologia da minha vítima, ops, do meu colega de sala.
A boa notícia?
Ninguém desconfiou de mim.
Onde já se viu mulher bonitinha, fofinha puti puti nhonhonhon armar esse tipo de coisa, rapaz?

WHO'S BAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAD!!!

terça-feira, junho 30, 2009



"Às vezes é um erro subir,
Mas é sempre um erro nunca tentar.
Se você não subir, não vai cair.
A verdade é essa..
Mas será tão ruim assim fracassar, tão duro cair?
Às vezes, você desperta ...
Outras, sim, você morre.
Mas há uma terceira alternativa.

Você voa."

Neil Gaiman

domingo, junho 07, 2009

A HORA DA ESTRELA

A culpa é minha
ou
A hora da estrela
ou
Ela que se arranje
ou
O direito ao grito
.quanto ao futuro.
ou
Lamento de um blue
ou
Ela não sabe gritar
ou
Uma sensação de perda
ou
Assovio no vento escuro
ou
Eu não posso fazer nada
ou
Registro dos fatos antecedentes
ou
História lacrimogênica de cordel
ou
Saída discreta pela porta dos fundos.


"No fundo ela não passara de uma caixinha de música meio desafinada. Eu vos pergunto: - Qual é o peso da luz? E agora - agora só me resta acender um cigarro e ir para casa. Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?! Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Sim." Enfim, descobrimos, agora, que tudo começa e acaba com um sim. "

segunda-feira, maio 25, 2009

Histórias dos outros

Há três semestres, transferiu-se para a faculdade uma entidade peluda, obesa e calva cujos dentes incisivos são deveras protusos e o sorriso é algo que oscila entre algo gengivoso e salivoso.
Sim sim, o cara é estranho.
Como se não bastasse o exterior, há também o fator interior: o cara é um mala.
Eis um diálogo verídico&venéreo entre ele e outra entidade da faculdade:

TRRIMMMMMMMMMMMMMM
-Hmm. aaaAlô?
- Oi-í! Tava dormindo, é?
- Mmm.. Tava.. Hoje é meu aniversário e eu me dei férias..
- Ah.. e você tentou a prova da monitoria, né? Saiu o resultado, sabia?
- Não não, não quero saber! Hoje é meu aniversário e eu não quero saber de resultado de prova!
- Ah sei.. Não deu pra mim.. La da sala eu só vi o Marden e o Ítalo..
- COMO É?
(pensamento: Ah que legal, pelo visto eu não passei. ) Olha, eu to com dor de cabeça aqui, depois a gente conversa, ta?
- Hm.. e você tem o telefone da Aline?
- Olha, ela me disse hoje que também não queria saber do resultado porque ela vai fazer outra prova, então eu acho que ela não vai querer saber disso..
- Ah sei.. Mas ce tem o telefone dela?
- *respirando fundo* ´O telefone é *********. Ta bom? Tchau.
(pensamento: qualquer coisa pra me livrar desse infeliz)
.
.
2 minutos.
.
,
4 minutos.
(ah droga, agora eu vou mesmo ter que telefonar pra faculdade pra saber se eu passei ou não!? Que *****!)
6 minutos.
(Ufa, passei. Agora vou continuar dormindo com gosto!)
10 minutos.
TRIMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
(ah não, ele de novo não)
- QUIÉ, POHA?
- Ei, hoje é teu aniversário? A Aline me disse que hoje era teu aniversário.. Por isso que você ficou dizendo que não queria saber por causa de aniversário, né? Pa-ra-béns!

(voz ao fundo de “vásefdrrrrr”)
- Tutu.. tu.. tu.. tu.. tu.. tu..

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Eu desprezo.

segunda-feira, maio 11, 2009

Crime e Castigo

O livro Crime e Castigo de Fiódor Dostoiévski, publicado em 1866, conta a história de um rapaz, Raskólnikov, que acreditava piamente que, se você tem um ideal e se você é sincero com sua moral, qualquer delito que você venha a cometer em prol desse ideal é escusável. Contudo, ao cometer um crime em prol de tais ideais e ao observar as conseqüências de suas ações, ele se vê num conflito psicológico entre culpa x motivos pessoais e termina por finalmente compreender que o peso na consciência é o pior castigo que alguém pode carregar consigo por toda a vida.
Nesse sábado, submeti-me a uma prova para estagiária de doenças infecciosas num determinado hospital da minha cidade. Esse estágio é o sonho de 90% dos estudantes de Medicina porque, além da prova ser terrivelmente difícil, ele é um diferencial no currículo de qualquer aluno.
Durante um mês, abri mão do convívio social e me dediquei somente ao estudo de tal prova. Eu e um grupo de três amigos ficávamos estudando todos os dias até meia-noite com o intuito de finalizar a matéria até o dia da avaliação. Conseguimos fazer isso, e no dia da prova todos nós alcançamos o perfil mínimo de questões para sermos chamados para o estágio.
Todavia, apesar de alguns colegas de nossa turma não terem estudado para esse estágio, inscreveram-se para a prova mesmo assim. No dia da avaliação, por um lapso no sistema de fiscalização, um grupo de 8 pessoas ,aproximadamente, conseguiu copiar a prova de outros colegas e fizeram até mais questões do que nós que vínhamos estudando há tanto tempo para essa prova.
Quando eu vi tais colegas gabando-se por terem feito tantas questões, estranhei porque sabia que alguns deles não são bons alunos e por saber que eles não haviam estudado para essa prova. Quando algumas testemunhas me confessaram em segredo tê-los visto copiando a prova de outros colegas, minha reação não foi outra senão de nojo.
Nesse mesmo livro que lhes falei, há a seguinte frase:

“Não há no mundo coisa mais difícil do que a sinceridade e mais fácil do que a lisonja.”

No momento, estou temendo que, devido à facilidade de colar nessa prova, outras pessoas também tenham copiado o gabarito de outros alunos e, dessa forma, eu estar correndo o risco de não ser admita em tal estágio. Eu, que estudei por noites seguidas. Eu, que finalmente aprendi o uso devido daqueles malditos antibióticos. Eu, que sou uma besta porque poderia ter copiado a prova de várias outras pessoas, também.
Segundo esse mesmo livro:

“Mentir com graça, de uma maneira pessoal, é quase melhor do que dizer a verdade à maneira de toda a gente.”

Nesse momento, vem-me à cabeça o pensamente de que, se eu não conseguir passar por cima da minha consciência de boa moça de que o que eu conseguir na minha vida deveria ser por esforço próprio, eu nunca conseguirei alcançar aquilo o que teoricamente mereço porque outras pessoas sempre serão desonestas e sempre tentarão passar por cima de mim..

Ps: saiu o resultado do estágio, e realmente os que colaram ficaram na minha frente. A boa notícia é que isso não me impediu de ser classificada e, segundo uma professora que trabalho no hospital, minha admissão é certeza! \o/
Pss: Nem precisei colar. Sucesso por mérito próprio é a melhor sensação que alguém pode sentir, sabiam?

sexta-feira, março 20, 2009

Alucinações legais de febres de 39 gráis

Elefantes róseos do dumbo dançando pelas paredes do meu quarto.



:::::Se continuar assim, eu quero ficar doente toda semana.:::::

quinta-feira, março 19, 2009

Feriados saudáveis

Num golpe de misericórdia, minha querida faculdade pró-capitalismo extendeu o feriado, de forma que eu teria a quinta-feira, a sexta, o sábado e o domingo para passar o dia comendo chocolate, assistindo House e coçando a barriguinha da minha serelepe gata gorda Sylvie.
Mas aí, o que acontece?
Desde o início da semana eu estava com um quadro virótico deveras suspeito. Como eu teria uma prova lascativa&miserável na quarta-feira, não dei ouvidos à consciência que me dizia “ta bom de você descansar” e me respondia mentalmente “e ta bom de você deixar de procurar desculpa pra vagabundar”e, bem, continuava com minha inefável rotina de dormir 4, 5 horas por noite.
Hoje, pela manhã, acordei com uma dor de cabeça lancinante. Quando estava chorando de dor, mamãe percebeu que eu realmente não estava fazendo cena e me levou pra emergência de um hospital aqui perto. Eis o diálogo com o médico:
- Então, você está me dizendo que desde segunda-feira estava com dor de cabeça, dor nos olhos, fotossensibilidade, náuseas, dor muscular, dor nas articulações e tosse cheia, dor na face e ainda achava que isso era besteira?
- É que eu sou resistente.
- Não é o que os exames estão dizendo. Você está desidratada, anêmica, com hemograma sugerindo infecção tanto viral quanto bacteriana e, pelo seu raio-x de pulmão, eu diria que você está com o princípio de uma pneumonia..
- Só isso?
- Ah, e você está com quase 40 graus de febre e sua pressão está extremamente baixa, também.
- Hm, deve ser por isso que eu não estou sentindo meus dedos.
- Bem, é o seguinte: eu vou lhe dar alguns remédios e você vai entrar no soro; se você melhorar daqui pro final do dia, bom; se não, eu vou ter que lhe internar.
- Algo mais?
- Ah, e essas manchas vermelhas no seus braços sugerem dengue.
- É que eu acabei de me coçar,passa já.
- No meu tempo de acadêmico, as alunas de Medicina não eram bonitas e irônicas desse jeito não, viu?


Epa epa PÁRAM TUDO.


Hm?


Eu aqui com dengue, com pneumonia, completamente detonada e ainda levo xexo do médico de plantão?!



:::::Olhai como eu to podendo:::::

terça-feira, março 17, 2009

segunda-feira, março 16, 2009

Orkut perde sua maior comunidade para troca de músicas
Quase 1 milhão de internautas amanheceram nesta segunda-feira (16) com uma comunidade a menos no seu Orkut. Após meses de queda de braço com representantes das gravadoras, a comunidade "Discografias" anunciou, no domingo à noite, seu fim.

Em compensação, a comunidade "Discografias - II" vai começar a bombar a partir dessa semana :D

E se não for no orkut, vai ser no twitter. E se não for no twitter, vai ser no facebook. E se não for no facebook, vai ser em alguma outra catacumba da internet. O espírito do Napster continua vivo zo/

segunda-feira, março 09, 2009

Conversa no MSN com uma criatura-que-comenta que comenta no blog desde a epigênese de sua criação

Criatura-que-comenta ancestral: Eu estava me lembrando dos comentários antigos do blog, nossa, antigamente ficava uns 40 comentários por post, lembra?
Boo: Ô. Se fosse coar pra ver se algum prestava, não sobrava nem 10%.
Criatura-que-comenta ancestral: Oq será que aconteceu com os leitores antigos fora eu?
Boo: Devem ter enjoado de blogs e aberto contas no facebook. Ou coisa do gênero. Ou, talvez, visitem o blog uma vez por ano pra ver se eu ainda escrevo alguma coisa por ali meh hehe
Criatura-que-comenta ancestral: Eu lembro de um q so entrava pra te xingar, ai teve uma vez q ele te xingou e vc respondeu alguma coisa do tipo ‘nossa há qnt tempo vc não aparecia, um feliz ano novo pra vc tbm!’ e ele não apareceu mais.. Aquilo não te incomodava?
Boo: Bem, creio que no comecinho do blog esse tipo de leitor me chateava, mas depois de um tempo eu percebi que, se eles continuavam voltando e me xingando, era porque eu os incomodava muito mais do que eles me incomodavam hahahaha Olha, chega um momento da vida que você já recebeu tanta energia desnecessária que você só passa a aceitar críticas de quem você respeita. É tanta tristeza, tanta infelicidade espalhada pela vida que, se a gente analisar bem, 90% dos nossos problemas, chateações,frustrações e patatá são evitáveis.Incomodar-se com esse tipo de gente é um exemplo disso, néps?
Criatura-que-comenta ancestral: E você ainda vai continuar escrevendo?
Boo: Enquanto eu viver, sim. Escrever sempre me foi um consolo, só não descobri ainda de quê. E saber que pessoas como você, que me acompanham há anos, reservam um espacinho da existência apressada de cada dia para se importar comigo sempre me foi uma pequena felicidade. =)

Isso vale para vocês, outras criaturas-que-comentam, também.(mmmmasssss se eu ganhasse dinheiro com isso, aí sim a felicidade seria grande!)

domingo, março 08, 2009

Maravilhas do admirável mundo novo

Observando a agonizante caixinha de comentários do blog, recebo a seguinte mensagem da Julis

Boo olha a pança da sua amiga

http://ego.globo.com/Gente/ Notic...CA+EM+SHOW.html
Julis | Homepage | 03.07.09 - 1:54 pm | #


A foto a qual a Julis se referia era esta:



Maaaaaaas, não obstante, porém, contudo e todavia, eis outra foto do mesmo show:



"Comé que pode?", provavelmente, vocês se questionam.
Isso é SIMPLES, cambada: spray de tinta. Eis outro exemplo de outra usuária dessa falcatrua, nossa querida amiga Marreca Carey:


(se bem que o pixador contratado dessa daí deveria ser despedido, néps?)



:::E viva o "buchinho de maracujá" way of láife:::

segunda-feira, março 02, 2009

Fatos avulsos do final de semana

- Uma gatinha vira-lata aloja-se secretamente na caminhonete de uma amiga e ela só foi perceber um barulho estranho no carro(ou seja, a gata) no OUTRO dia.
- Essa amiga me telefona desesperada porque não sabia o que fazer com o bichano, não podia adotá-la por ser alérgica a pêlo de gato e também não queria abandoná-la na rua.
- Tento convencer mamãe a adotá-la: em vão.
- Tento convencer a Odália que trabalha aqui em casa que, se a gatinha vira-lata for alimentada e tratada bem, ela vai ficar grande, gorda e bonita que nem a Sylvie: ela acreditou. (pfff)
- Trago a gatinha aqui pra casa e mamãe se arrepende de não ter ficado com ela. (bem-feito oramais)
- Sylvie, minha gata gorda, entra numa greve de fome que durou 3 horas(para ela, uma eternidade)como um protesto à presença de outra entidade peluda e folgada que não seja ela ou meu pai.

Fim do dia: uma gatinha vira-lata adotada, uma secretária doméstica ludibriada e uma gata gorda chateada.
E eu? Feliz. =)


Vingar-me-ei violentamente..

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Dias difíceis.

7:00 às 12:00 - Acordar, ler 2 artigos científicos (18 páginas em português sobre a gênese, síntese, vida pessoal e preferências particulares da urticária, 5 páginas em inglês sobre o uso da adrenalina em choques anafiláticos), surtar porque o artigo da bentida urticária era grande demais, começar a sentir prurido de tanto ler sobre o prurido da urticária, desesperar-se porque não deu tempo de ler tudo, escrever na mão o nome de algumas drogas do tratamento avançado da maldita urticária e se desesperar de novo porque lavou a mão e o sabão levou os remédios urticáricos embora.
12:00 às 1:00 - Correr 15 min na esteira porque está sentindo-se gorda, engolir, ops, almoçar às pressas, tomar banho, arrumar-se, preparar-se para a faculdade.
13:30 - entrar no carro do carona mal-humorado, fazer piada do início de tarde mazela(todos os dias de tutoria são tensos) e sentir o cabelo voando porque o ar-condicionado do carro do carona é natural. (mas dessa parte, honestamente, eu gosto)
13:40 - entrar esbaforida na sala de tutoria, perceber que a leitura dos artigos científicos já começou, desesperar-se ao lembrar-se que o artigo de choque anáfilatico está com o carona que pediu pra bater xerox, pedir ao professor para esperar um pouco porque “o artigo chega já”, perceber um olhar de ¬¬ do professor e sorrir amarelo, descobrir que o tal artigo gigante de urticárias tinha sido cancelado e se desesperar mais um pouco porque desespero é algo que sempre sobra.
15:00 - sair correndo da tutoria para se encontrar com a orientadora da cadeira a qual sou monitora, descobrir que a orientadora faltou à faculdade naquele dia, levar um esporro fenomenal de outra professora da cadeira porque estou devendo papeladas, descobrir que, teoricamente, deveria ir até a residência da orientadora faltosa para ela assinar os papéis “ATÉÉÉÉ HOJEEEEEE!”, correr para a biblioteca para tirar xerox de livros para o caso clínico da próxima sessão da tutoria, esperar mais de meia hora por essa xerox (xerox de faculdade sempre é uma esculhambação, ne?) e esperar mais uma meia hora pro carona aparecer.
16:10 - receber um telefonema do carona informando que “vai bem ali com uma amiga pagar umas contas”e que “depois passa na faculdade pra te pegar”.Se eu queria ir tambem? Perguntar pra quê, isso é da minha conta? Se eu já estava lascada e esperando há séculos? Problema meu, né? Nessa hora, dar-se conta de que todas as outras prováveis caronas já foram embora, telefonar para a mãe pedindo o carro e ser informada de que ela estava ocupada e que eu teria de esperar mais um tempo, desistir de ir até a casa da orientadora gazeadora de aulas, chorar um pouco por dentro por tamanha mazelice e ir pra casa a pé. (ei, eu moro a menos de 1km da faculdade, essa é a boa notícia.)
16:40 - bem, ao menos cheguei viva.


domingo, fevereiro 08, 2009

É muito lixo pro mesmo dia:

Brasil recebe lixo tecnológico dos EUA
Em 2006, 1190 toneladas de lixo tecnológico foram enviadas para o Brasil.

Axé e sertanejo dominam mercado fonográfico
O mercado de shows brasileiro em 2008 lucrou principalmente com axé e sertanejo "romântico".

Qual dos dois é menos pior?

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Gashlycrumb Tinies

Quer traumatizar seu priminho que está aprendendo o ABC?
Presenteie-o com este singelo livrinho:







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segunda-feira, janeiro 19, 2009

Pequena felicidade do mazelante início de ano

Tendo em vista o ano de 2009 estar sendo uma continuação da bbbbbbosta que foi o ano de 2008(aliás, está conseguindo ser bem pior, e quando não doer mais ou doer menos eu solto algumas novidades por aqui), resolvi radicalizar: e quem disse que dinheiro não compra felicidade?
Sim, sim, existem as dívidas, mas isso resolve-se depois. Por enquanto, sintam só minha nova aquisição via Amazon (aliás, via conta de um amigo que é cadastrado na amazon, merci beaucoup mon ami!): O MANGÁ OFICIAL DA CONTINUAÇÃO DO FILME LABIRINTO!!!!!!!!

(palmas, platéia, eu quero palmas!)



Aliás, vocês lembram desse epopéico filme? Eu credito a ele minha eterna atração por homens andróginos, altos e magrelos. (ah, David Bowie, a culpa é toda da sua peruca)
As conversas que se seguiram desde tal aquisição foram, também, epopéicas:

Mulher ciumenta que se casou com meu irmão: Labirinto? Eu lembro desse filme.. Tinha uma loira assanhada, né?
Eu: Não não, ali é o rei dos duendes, o mais puro tesão encarnado!
Mulher ciumenta que se casou com meu irmão: DuenTes, né?
Eu: Vá se lascar.

Amigo pseudo-bêbado no msn: Espera, mangá do filme? Taí que essa eu não sabia.. O David Bowie tá nesse filme, né?
Eu: Tá sim! Eu acho que foi depois dele que eu só gosto de homem andrógino, sabia?
Amigo pseudo-bêbado no msn: Ah eh? Vai lá na Praça Portugal* que tem dessa espécie de monte..
*recanto feliz de encontro dos emos de Fortaleza
Eu: Aí não vale, esse tipo de homem não gosta de mulher!
Amigo pseudo-bêbado no msn: Ora essa, você não acha que desse jeito você já tava querendo demais?
Eu: Vá se lascar.

Detalhes, detalhes.. Do you remember the baby?

terça-feira, janeiro 13, 2009

Plagiando descaradamente uma idéia de Dupézio, o Anatômico

COISAS QUE ME ASSUSTAM NA CALADA DA NOITE PRETA


Amy Winehouse procurando o lugar mais provável que sua sífilis possa ter-se escondido


::E ainda pagou peichinho, hein.::

segunda-feira, janeiro 12, 2009



Ooh! get me away from here Im dying
Play me a song to set me free
Nobody writes them like they used to
So it may as well be me
Here on my own now after hours
Here on my own now on a bus
Think of it this way
You could either be successful or be us
With our winning smiles, and us
With our catchy tunes and words
Now were photogenic
You know, we dont stand a chance

Oh, Ill settle down with some old story
About a boy whos just like me
Thought there was love in everything and everyone
Youre so naive!
They always reach a sorry ending
They always get it in the end
Still it was worth it as I turned the pages solemnly, and then
With a winning smile, the poor boy
With naivety succeeds
At the final moment, I cried
I always cry at endings

Oh, that wasnt what I meant to say at all
From where Im sitting, rain
Falling against the lonely tenement
Has set my mind to wander
Into the windows of my lovers
They never know unless I write
This is no declaration, I just thought Id let you know goodbye
Said the hero in the story
It is mightier than swords
I could kill you sure
But I could only make you cry with these words