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domingo, outubro 31, 2004

Existem acontecimentos que só há algo a ser dito : tinha de ser assim. Porque, juntando todas as probabilidades, não haveria como ele acontecer e ele aconteceu do meeeeeeesmo jeito.
Um exemplo disso foi esse vestibular que fiz em Petrolina-Pe.
No dia da primeira fase, fiz a prova tendo um ataque de gastrite e, mesmo assim, fiz 50 das 60 questões. Contudo, devido a um desnível no número de questões de português (PAUSA – e vocês me dizem “mas Boo, português !?!?!?! e eu respondo “ bem, é que eu só fui ler o RESUMO dos paradidáticos um dia antes da prova e caíram os livros que NÃO DEU TEMPO de ler – o resumo - então.. bomba neles.”) não passei, claro. E uma amiga que fez 46 questões passou.
Mas a boa é a história de COMO essa amiga querida conseguiu essa proeza.
Devido à crise de gastrite, eu chutei o balde logo no primeiro dia de prova e não quis nem conferir gabarito. Ela, também pensando não ter feito boa prova resolveu chutá-lo junto comigo *rs.
- Bora tomar um pé de cana inteiro. Inteiro, você entendeu ?
- Um pé de cana não, uma plantação de cana inteira.
- E a gastrite ?
- Não passam álcool em ferida ? Bora testar se no estômago dá certo.
- Ótimo, adoro experimentos científicos.


Eis que no referido dia estava ocorrendo uma festa na cidade, tipo aqueles trios elétricos de Salvador, passando pela avenida principal, ao lado do Rio São Francisco. A maioria dos amigos vestibulandos, em início, foi radicalmente contra nossa idéia de fugir do hotel e ir a pé até a tal avenida, mas à medida em que a presepada crescia, mais aderentes porraloucas decidiram ir conosco.
E a festa ? PEEEEEEEEEEEEEEENSEM NUM DESMANTELO ! Chegando lá, descobrimos que ficaríamos no meio do povo porque para entrar no trio era preciso comprar uma camisa que custava 20 reais. Eu só havia levado comigo 10 reais, e esse dinheiro já tinha um destino específico – CANA - logo..
- Coisa elistista essa de camisa. Viva la Revolución, nós vamos ficar é no meio da putaria seguindo o bloco.
Como sempre acontece, teve quem bebesse demais e quem bebesse de menos. Eu, devido à gastrite e temendo uma úlcera, desisti logo depois do segundo copo. O resto das amigas ficou LITERALMENTE solto no meio da buraqueira.
- Eu odeio vestibular ! Eu odeio minha vida ! Eu quero esquecer tudo!!!!
- Gente, eu preciso xixar.
- Você não tá me entendendo, eu estou tendo uma revelação íntima agora. Acho que vou chorar.
- E eu, me mijar.
- Você tá de saia né ? Abaixa aí e manda ver
.(eu e meu mmmmalditos palpites)
- É verdade.
- QUE QUE É ISSO MME DEUS!!! SAI DAQUI! VOCÊ ME MELOU, SUA VACA!
(por sorte, essa fala foi de uma amiga desatenta que estava do lado)
- Calma calma, tem o rio São Francisco bem aí pra você tomar banho..(hic)
Neste momento, houve um empurra-empurra e o grupo se separou. Eu fiquei com a maluca que "estava tendo uma revelação pessoal psicossomática e estava pensando em prestar vestibular para ciências sociais para entender a alma humana”; o resto ficou solto no meio do mundo .
- E agora essa. Como é que a gente vai voltar todo o caminho sozinhas ? Aliás, VOCÊ LEMBRA DO CAMINHO DE VOLTA ?
- asf das prrrr BLEEEEEEEEEEEERGH !

E essa foi a primeira vez em que ela vomitou no meu pé.
Por sorte, encontramos uns colegas da excursão que já estavam voltando. A amiga bêbada se atracou com um deles, que também estava bêbado, e foi um pouco difícil fazer o trajeto da volta alertando-os que desviassem dos carros nas ruas. Por fim, ao chegarmos no hotel, essa amiga ficou MUITO mal. Chorou(de novo), vomitou no meu pé(de novo) enquanto eu a segurava para que não caísse de cara no chão enquanto praticava esse ato e, completando a cena, ainda tive que segurá-la(de novo) no chuveiro numa tentativa frustrada que ela se sentisse melhor.
- Chega, eu vou procurar um plasil ou um engov pra ver se você melhora, certo ? (detalhe : ensopada – não de vômito, felizmente)
Ela me respondeu com uma nova golfada. (dessa vez, eu desviei)
Encontrei o resto das meninas que tinham se perdido.
- Cadê a mijona ?
- Ela não estava com você ?
- Ah, e agora essa.

Somando-se isso ao desespero de alguns amigos terem entrado em coma alcóolico, da bêbada vomitona estatelada no chão do banheiro com o chuveiro ligado para limpar os sucessivos vômitos e da amiga mijona desaparecida, digamos que a noite RENDEU.
Cortando boa parte da história para que ela não fique longa demais, eu só encontrei a mijona no dia seguinte,descalça, mijada e dormindo com a cara dentro do vaso sanitário no banheiro do restaurante do hotel – e só Deus sabe como ela conseguiu voltar sozinha.
E, ironicamente, ela foi a única a passar naquele vestibular. (e não podemor afirmar que a causa foi o desmantelo dos demais, porque ela também aderiu à moda)
E o que eu aprendi nessa ?
Antes da primeira fase da federal, eu vou encher a cara tanto, MAS TANTO, que não haverá gastrite que dê jeito.

ora essa, depois disso mandei a sensatez às favas..

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