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domingo, setembro 18, 2005

Para sentir seu leve peso

Guardava o rouxinol numa caixinha. Tudo o que queria era andar com o rouxinol empoleirado no dedo. Mas se abrisse a caixinha, ah! Certamente ele fugiria.
Então, amorosamente, cortou o dedo. E, através de uma mínima fresta, o enfiou na caixinha.


Na primeira vez que vi li esse texto, pensei "que narrativa idiota, por que alguém cortaria o dedo e guardaria numa caixinha com um rouxinol dentro?"
Foi então que eu percebi a metáfora: o rouxinol era alguém a quem amamos muito ou um sonho que acalentamos com muito carinho. Os dedos são os sacrifícios que temos de fazer para manter essas pessoas ou esses sonhos conosco.

(Daí eu chorei, porque percebi que nessa caixinha já existem dedos demais.)

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