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sábado, novembro 15, 2003

Como estou sem nada para postar, resolvi mostrar-lhes uma carta que escrevi há uns cinco anos quando sofri uma grande desilusão amorosa. Por obra do acaso, encontrei-a enquanto arrumava o armário. Sei que Neo não vai gostar nada que eu publique essa carta, mas.. (como ele me fez raiva, estou POUCO ME FU)

Ele fez piada.
Ao contar-lhe a verdade, ele fez piada.
Por toda a vida, procurei alguém para amar. Não bastava ser amada, era preciso amar também. Normalmente, só me ocorria a primeira parte.. Até ele aparecer.
O que me chamou a atenção foi a ironia de suas palavras. Desde a primeira conversa, ele se revelou inteligente e sagaz. Quando dei por mim, ansiava por vê-lo todos os dias. Imaginei que, num mundo tão grande, eu finalmente encontrara alguém que me completava os pensamentos e parecia adivinhar os que estavam por vir.
E então, o que me aconteceu ? A história de amor virou um jogo. Marcava ponto quem respondesse a melhor resposta, perdia quem fraquejasse e deixasse os sentimentos à mostra. Cansada de competir, pedi trégua e confessei a verdade. Declarado vencedor, ele fez piada.
Todavia, apesar do desapontamento, não o odiei. Ele me ensinou algo deveras especial : eu procurava por um espelho ! Num narcisismo inocente, julguei-me a medida da perfeição e, por todo esse tempo, procurei por minha própria imagem; ao encontrá-la, assustei-me com os defeitos refletidos.
Sem querer destruir ou ser destruída, decidi-me a esquecer do espelho e reavaliar os critérios de escolha da pessoa amada. O diferente não mais me aborrece; complementa-me.
E quanto à imagem do espelho.. Ah Deus, até então eu não compreendia coisa alguma ! Não foi ele que não me amou.. Fui eu, por toda a existência, que nunca soube amar ninguém de volta !

Huh. Analisando-a hoje, percebo que, desde aquela época, escrever me é um alívio passageiro..

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