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quinta-feira, agosto 03, 2006

Por um minuto, eu me perdi



Dias difíceis.
Já estou residindo na casa nova(amem!) e já levei as gatinhas comigo. Semana passada, pela manhã, mamãe me acordou assustada porque não conseguira encontrar nenhuma das duas. A primeira, Lenore, foi só olhar debaixo da minha cama. Já a Silvie..
A Silvie foi um caso bem mais complicado. Procurei, virei abaixo as caixas cheias de embrulhos da mudança, subi no telhado da casa nova, procurei-a por toda a nova vizinhança..

- Xi, é gata de apartamento? Deve ter se assustado com a casa nova e fugiu.
- Huh, uma gata bonita desse jeito já devem ter levado pra vender.
- E o pior é que ela nem deve saber o caminho de casa, né? Compra outra, minha filha.
- Aqui, pelo que eu saiba,ela não apareceu e, se aparecer, coitada.
(a cabeça de um pit bull surgiu ameaçadora por detrás do ombro do vizinho que disse isso)

Ninguém entendia quem era a gatinha que tinha se perdido. Era ela, a gata gorda psicopata, a que gosta de dormir de barriga para a lua, a que não sai do caminho e eu tenho de passar por cima quando ela está na frente, é a que dorme em cima dos meus livros, é a que faz caretas em fotografias.. É a minha amiga que eu amo tanto..!
Daí, em plenas cinco horas da tarde, eu já no forro da casa nova com uma lanterna na mão e um pedaço de pau na outra(MMMMALDITOS MORCEGOS IMAGINÁRIOS!) procurando e chamando pela maldita, ouço lá de baixo meu pai dando risada e dizendo "olhaqui, tava naquele quarto cheio de livros, e olha que cinco pessoas diferentes já tinham procurado lá!"
Meu primeiro impulso foi a vontade de descer a porrada naquele bicho peludo ingrato. Como ela pôde fazer isso comigo? Entretanto, ao olhar lá de cima a expressão mongol e sonolenta que ela fez quando me viu no telhado da casa, eu só consegui chorar. Não sei se foi de nervosismo, ou de felicidade, ou de raiva(ela tá de castigo até agora), ou de cansaço..
(Afinal, além de chorar, o que mais eu poderia fazer, meu Deus?Minha gatinha nunca havia ido embora!)

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