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segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Há muito tempo, fiz um texto neste blog cujo título era "manias".
(se eu soubesse onde diabos os arquivos se esconderam, colocaria o link pra vocês, mas enquanto não crio vergonha na cara de ajeitar os links, os artigos e o layout desse blog, a coisa vai ficar do jeito que está e etc e coisa e tal.)
Bem, creio que está em tempo de reciclar tal texto.

Manias

Tenho por costume molhar o pão com manteiga com pequenas colheradas de café. Há quem seja mais impaciente e me sugira "deixa de ser fresca, mete logo o pão no café que te poupa tempo!", mas isso tiraria toda a graça e a magia de deixar o pão ficar NO PONTO para ser digerido.
Gosto de observar as pessoas. Gosto de imaginar o que elas estão pensando enquanto as observo. Rio sozinha dos pequenos cacoetes dos observados. Muitas vezes, os amigos mais preocupados pensam que estou triste quando me vêem calada olhando por uma janela. (Mal sabem eles que estudar as pessoas é uma das minhas maiores diversões!)
Também tenho por costume dormir encolhida, de joelhos fletidos, quase em posição fetal. Sabendo bem disso, a gata Silvie aproveita o espaço aconchegante que se forma na curva da minha barriga e adora tirar um cochilo abraçadinha comigo. Isso, para alguns, pode parecer imensamente insignificante, mas, para mim, é uma felicidade plena sentir a respiração dela em sintonia com a minha e sentir o pelinho dela aveludando minha pele. Mesmo numa cama de solteiro, dessa forma eu nunca me sinto só.
Antes de dormir, eu costumava ter a mania de repensar o dia que estava-se acabando e de relembrar os fatos mais felizes que me aconteciam. Como ultimamente não me vem acontecendo muitas coisas interessantes, relembrar, muitas vezes, me doía como navalhadas no estômago. Felizmente, é rotina a gata Lenore vir me dar boa noite. Quando sinto suas patinhas passando pelas minhas pernas, sempre finjo que estou dormindo e fecho os olhos. Ela se aproxima, cheira meu o nariz, desce da cama e deita-se na cadeira da escrivaninha parecendo uma esfinge. Tal qual o ser mitológico das pirâmides, penso que aquela gatinha branca sente-se na obrigação de me proteger. Devido à atenção dela, eu sempre me sinto segura antes de dormir. Em épocas pesadas, sorrir para essa esfinge particular tornava tudo leve.

Manias, manias..
Somos únicos por causa delas.

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