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sexta-feira, novembro 07, 2003

Caminhando pela rua, avistei de longe um grande amigo do passado. Ele estava apressado, de pasta na mão, olhar preocupado e roupas sérias.
Ele ou não me reconheceu ou estava entretido demais em pensamentos para falar comigo. Passou direto e sumiu por entre a multidão.
Eu fiquei parada um instante, um pouco chocada, um pouco melancólica.
Lembrei-me da vez em que eu estava triste e ele, objetivando me fazer sorrir, começou a imitar pessoas conhecidas. Quando foi a vez de uma ex-namorada, ele ciscou feito uma galinha e, num momento de empolgação, tentou fazer um salto "estilo cocoricó", tropeçou em algo e caiu em cima de um cacto. (essa é uma das lembranças mais antológicas que trago guardada na mente, os espinhos na calça jeans e ele praguejando para tudo que é santo)
Questionei-me se ele ainda é brincalhão, se ainda imita pessoas e se ainda tem aversão a cactos. Tenho consciência de que EU mudei muito desde a época em que éramos amigos, mas acredito que a minha essência ainda é a mesma..
Bem, as pessoas aparecem em nossas vidas e depois vão embora, é sempre assim e não há muito a se fazer quanto a isso. De qualquer forma,deixam-nos com boas recordações.. (eu ainda dou risada toda vez que olho para uma cactácea !)
Após tanta digressão, tomei o meu caminho e foi minha vez de sumir no meio dos outros.
Creio que este é o segredo da felicidade : guardar consigo as coisas boas. O resto é resto.

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