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domingo, maio 16, 2004

Mané-mago, manemago( ou coisa parecida)

Ontem, caindo de sono(eu disse SONO, ouviram?) num bar ouvindo cover dos BeaTles, ouvi o seguinte diálogo com a farofada que dividia a mesa comigo :
- bibibibinumseioque parece uma libélula.. (não me perguntem como a libélula chegou na conversa, porque eu também não faço idéia.)
- Libélula ? Libélula é o que chamam de manemago ?
- Manéuquê, menina ?
- Não é libélula, é gafanhoto que chamam assim.
- É libélula, tô dizendo !
- Não é !
- Bibiibibibibibi..
(vou poupar vocês dessa parte)
Pois bem, esse papo besta me lembrou de um fato único.
Meu querido irmão possui o péssimo hábito de executar as necessidades fisiológicas com a porta do banheiro aberta. Não importa o que ele vá fazer, quem passar em frente ao quarto dele terá a chance de observá-lo peladão e despreocupado fazendo as coisa lá e ainda corre o risco de levar um "tchauzinho" caso ele também o observe. Se a coisa fosse só isso, vá lá, a gente mora junto, intimidades acontecem e a vergonha foi-se há tempos. O grande problema(pelo menos para mim)é o odor. Ah, como fede.
Quanto éramos crianças, mamãe contratou um professor particular de matemática para tirar nossas dúvidas. Como eu era uma vagabunda em potencial e não fazia dever nenhum, só ele usufruía da sabedoria do nosso mestre. Num dia de aula, pouco antes do professor chegar, lá se foi meu irmão fazer sua obrada matinal. Tocou o telefone, ele foi atender e deixou a coisa lá boiando. Quando eu estava passando de nariz tapado para meu quarto, eis que me surge essa :
- (tapando o telefone) Boo, dá descarga pra mim ?Eu não posso ir agora.
- Pra merda, menino ! Eu já faço é favor de não te entregar pro Ibama, porque isso é coisa de bicho, entendeu ? DE BICHO !
- Se você não for lá, eu digo pra minha mãe quem foi que quebrou a cristaleira da sala.

Engoli em seco. Eu pusera a culpa no vento(sim,dependendo da abertura da janela, quebra tudo)e ela acreditou.
Contrariando todo meu instinto de descer a porrada no infeliz, fui lá, respirei fundo, tapei o nariz e.. fechei a tampa do sanitário. Queria ver o susto dele quando visse aquela coisa fossilizada mais tarde.
Horas depois, chegou o professor. Ele vinha da faculdade, estava visivelmente cansado e pediu para usar o banheiro. Meu irmão, naturalmente, ofereceu o dele. O professor adentrou o maligno recinto e trancou a porta. Poucos segundos depois, ouvimos um "AH!" e o barulho de janelas sendo escancaradas desesperadamente. Dali a poucos momentos, o professor saiu do banheiro com aparência mórbida. Sentou-se, ficou um tempo de cabeça baixa e disse :
- Pessoal, eu vou embora. Não estou me sentindo bem.
Eu, sabendo bem o que tinha acontecido, mal conseguia segurar o riso. Assim que ele foi embora, eu ri, ri tanto que doeu a barriga. Quando meu irmão perguntou-me o porquê da risada, contei-lhe toda a verdade.
Lembro que ele passou mais de um mês sem falar comigo.
Na outra semana, quando o professor veio novamente, pedi-lhe desculpas e contei o que aconteceu.
- Ah, criança ruim! Na minha cidade(ele era do interior), menina como você cantava no cinto de couro! Mas esse teu irmão, hein ! Magrinho, manemago que só ele, soltar uma coisa daquele tamanho !

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