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quarta-feira, junho 21, 2006

Adoro refocilar na ignorância

Vocês sabem o que é falácia?
substantivo feminino
1 qualidade do que é falaz; falsidade
Ex.: sua afirmação é uma f.
2 Rubrica: filosofia.
no aristotelismo, qualquer enunciado ou raciocínio falso que entretanto simula a veracidade; sofisma
2.1 Rubrica: filosofia.
na escolástica, termo us. para a caracterização do silogismo sofístico do aristotelismo, que consiste em um raciocínio verossímil, porém inverídico.

Ultimamente, tenho estudado vícios de linguagem(ah, férias!)e dei especial atenção ao estudo de argumentos falaciosos. É incrível como certos raciocínios exdrúxulos são explicitados por algumas pessoas que se consideram o botão POWER do controle-remoto. Nesses dias, pra variar, meti-me num duelo verbal em determinada comunidade do orkut. Quando afirmei que quase não assistia televisão e que não via a menor graça em BBB e novelas, dirigiram-me os seguintes comentários:
"Nunca me senti menor por ver Novela ou Big Brother... isso é coisa de gente limitada e preconceituosa... como se ver programas ditos "populares" fossem mudar meu modo de pensar."

Onde está a falácia? "isso é coisa de gente limitada e preconceituosa". O nome dessa falácia é "generalização precipitada".O fato de uma pessoa não assistir tais programações não é determinante na formação do seu caráter.Aliás, afirmar tal absurdo é um bocado "limitado e preconceituoso".

"Moral da historia: Não adianta impedir nada... as crianças vão sempre aprender algo. O que se deve fazer é ensinar, pelo menos enquanto elas não tiverem uma idade certa para aprender, o que é certo e o que é errado. Ninguem pode colocar um filho numa bolha para que este não aprenda as coisas "erradas" da vida. "

É engraçada a terrível tendência ao radicalismo que certas entidades têm ao expor idéias.Nesse caso, vemos uma falácia de conclusão irrelevante. Ele quis provar que novelas, reality shows e derivados são bons programas e cabe às crianças terem discernimento do que será melhor ou não para elas assistirem. Ora, quando eu tinha uns cinco anos, um primo melou-se no próprio côcô e saiu por aí querendo abraçar todos os amiguinhos que visse pela frente. Vocês acham que esse primo tinha noção do certo e do errado? É triste essa tendência à liberação, ao "deixai fazer, deixai passar", ao descompromisso dos adultos na educação da pivetada de hoje. Geração dos "emos" taí. Quando a depressão e o consumismo são modismos, creio que algo de podre aconteceu no aprendizado dessa geração, não acham?
Podem tachar minha mãe de retrógrada por desde cedo me avisar que a Xuxa era uma prostituta, que a temática das novelas era sempre a mesma e que era bem mais jogo que eu assistisse programas direcionados à minha idade,que as músicas do "É o tchan" só tratavam de putaria e que nunca compraria um CD daqueles pra mim. Ao menos, ao olhar pra trás, eu vejo que ela me ensinou algo que os pais de hoje não ensinam mais: a ter noção do ridículo.

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