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sexta-feira, fevereiro 07, 2003

Andei lendo um livro de poesias de Cecília Meireles. Achei um poema que,a muito tempo atrás, enviei a um amor platônico.
Ele nunca quis saber de mim, mas isso é somente um detalhe.
Eu nunca o disse que fui eu quem enviou; mas este também é um mero detalhe.
Eu sou uma mongol; isso é um fato.
"Canção"

"Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca :
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.

Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem..
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos,também..."

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