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quarta-feira, janeiro 22, 2003

Esse acidente de carro do Rage me lembrou de uma que eu fiz questão de esquecer.
No tempo em que eu ainda ia nas festas escondido(mamãe se pudesse teria colocado um cinto de castidade em mim..talvez tivesse adiantado hehe), sempre ia uma mui amiga comigo (é "mui" por motivos que irei explicar). Mas, naquela época,eu não dava tanta importância ao nível das amizades que tinha. O engraçado é que ela era evangélica e nas festas,depois de mandar toda a Bíblia ao inferno,negava ter feito qualquer coisa anti-pudor..
O dia em questão não foi diferente. Fui na casa dela dizendo que ia estudar e.na verdade,íamos a um aniversário de um colega pouco estimado pela minha mãe. Chegando em sua residência,os problemas começaram :
- A gente vai ter que ir de onibus porque meu pai não vai estar aqui.
Ah feladaputa. Ela sabia que eu tinha como conseguir outra carona. Me chamou pra não ter de ir só. Imagina eu toda emperiquetada num busão ? Nada contra andar de onibus,ate porque em Juazeiro era minha unica condução,mas duas meninas num bus 9:00 da noite defitivamente não era a melhor das coisas. Mas fazer uq,eu ja estava la..
Fomos. Graças a Deus não aconteceu nada a ninguem,nem na hora em que descemos na parada e um negão 4x4 ficou olhando pra gente. Descobri como é incômodo correr de salto alto e como as calçadas de Fortaleza são esburacadas. Era uma topada nova a cada quarteirão.
Chegando ao aniversário,pensem numa treta. Só tinha homi bêbado(não que eu não goste de homens,mas tenhamos dignidade ao menos!). Como meus pés estavam cheios de calos,me sentei na primeira cadeira que avistei. Ela já tinha pulado na piscina,ameaçado fazer um topless e se esfregado em cada entidade masculina da festa(esqueci de mencionar que ela era potencialmente seca). Que roubada,que roubada. Por sorte(ou não)encontrei um amigo que não via a muito tempo. Ele estava de saída e me perguntou se não queria que me deixasse em casa. Aceitei na hora. Quando fui comunicar à menina que estava indo,ela olhou para meu amigo e disse :
- Opa,espera ! Eu vou com vocês ! (imagino que ela planejava outras coisas..)
E realmente planejava. Ao chegarmos no carro ela voou pro banco da frente.
- Você não se importa,não é ?( Na verdade,me importava. Teria de aturar os diálogos copulantes de sua parte.)
Aí a coisa começou. Enquanto ele dirigia,ela passava a mão nas pernas dele,ria alto, rebolava o cabelo,todo aquele ritual do "estou desesperada,olhe pra mim por favor". Aí veio a fatídica sugestão :
Ela- Está tendo um luau na praia,vamos? (não não não não)
Ele- Claro ! Voce vai tambem ne Boo ?(e eu tinha escolha !? ele ja estava no caminho!)
Eu- Hun..tá..
Ela- Ah..certo.(e ela queria muito que eu fosse..)
O mané havia tirado carteira fazia uma semana. Não sei se foi pura ineficiência ou ironia do destino,em determinado cruzamento um famigerado motorista bateu bem de frente com o menino. Como estava na parte detrás e sem cinto de segurança,a inércia me fez bater a cabeça com tudo no banco da frente(pensem numa dor). A galinha,opa,a menina tambem estava sem cinto e bateu a cabeça no vidro,mas ele não quebrou. Quando o garoto saiu do carro para discutir com o motorista,ela começou:
- Boo,como é que você mete a gente numa dessas(como é!?)..Ai meu Deus..(agora ela lembra Dele !?)Pai nosso que estais no céu..(ah,va se..)
- Tomar no cu,va tomar no cu !
Saí do carro. Não sabia nem onde é que eu estava. Apalpei os bolsos,sem um mil-réis. Andei um pouco sem olhar pra trás (eles todos que se fudessem) e achei um telefone público.Adivinhem pra quem eu liguei ?
- Mãe..Por favor,não fica com raiva de mim..(rá rá rá)
É,a matriarca ficou muito puta. Pra piorar a situação, quando ela foi me pegar a "amiga" viu o carro. Correu pra gente. Quando minha mae viu que ela tava comigo,a coisa ficou realmente feia.
- Boo,depois a gente conversa. Se prepare.(tive medo,muito medo)
Nunca os 10 minutos que custaram pra deixar aquele ser galináceo em casa custaram tanto. Até hoje,no meio da noite,eu acordo suada ouvindo os berros da minha mãe. Depois disso,passei uns três meses sem sair pra outro canto que não fosse o colégio. E até hoje,quando ela quer passar uma coisa na minha cara,me lembra essa história.
E a amiga ? Que amiga ? Depois dessa,nunca mais nem vi..

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